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 04 Junho

Procura por seguro de vida cresce no Brasil

 

O Tempo relata que seguro de carro muita gente tem. Já o de vida é mais raro. Entretanto, o cenário tem se invertido no Brasil. Em 2018, a arrecadação com coberturas de vida, acidentes, doenças e dívidas somou R$ 37,7 bilhões e ultrapassou a do segmento automotivo, que arrecadou R$ 35,8 bilhões. Foram R$ 1,9 bilhão de diferença. Os dados são da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
'Os números apontam que os brasileiros estão bem mais preocupados com proteção da vida. Essa é uma tendência que veio para ficar e as seguradoras estão se adaptando também. Antes, os produtos eram mais voltados para coberturas em caso de morte, mas, agora, existem muitos que pagam os prêmios ainda em vida, como seguro educacional, acidentes, doenças ou perda de emprego', destaca a diretora do Sindicato das Seguradoras (Sindseg), Juliana Queiroz.
A ultrapassagem aconteceu pela primeira vez em 2017 e, no ano passado, se consolidou ainda mais. Segundo o professor da Escola Nacional de Seguros José Varanda, a crise aumentou a preocupação com a segurança financeira. 'As pessoas querem deixar a família bem e garantir o seu sustento, não só no caso da morte do principal provedor, mas em caso de perder o emprego, por exemplo. Existem seguros que pagam as despesas por um tempo', ressalta.
Em Minas Gerais, a seguradora Mapfre registrou um aumento de 30% na modalidade de seguro resgatável. 'É um seguro de vida que oferece a possibilidade de resgatar o valor após um período determinado, sempre garantindo coberturas para amparar a família. Funciona como uma espécie de poupança', explica o diretor territorial da Mapfre em Minas Gerais, Antônio Edmir Ribeiro. Os preços e coberturas variam de acordo com a idade e perfil de cada contratante.
Outra modalidade que cresceu na Mapfre foi o Vida Mulher, que oferece cobertura para diagnóstico de câncer. 'Essa nova tendência é muito positiva para o mercado. Investimos em uma linha no estilo 'meu primeiro seguro'. Sabemos da importância de todos se protegerem e oferecemos produtos a partir de R$ 25 por mês', destaca Ribeiro.
Segundo o diretor de Massificados e Vida da Allianz Seguros, David Beatham, o crescimento do ramo de pessoas tem contribuído fortemente para o setor como um todo. Ele destaca que o segmento de auto também cresceu, mas, o ramo de vida teve um incremento mais robusto.
'Em 2018, o (ramo) Vida, da Allianz, cresceu dois dígitos - 14,5% -, impulsionado também pela maior conscientização do brasileiro de que a aquisição desse seguro respalda o segurado e sua família em casos de acidentes ou invalidez, e/ou reduz impactos negativos no padrão de vida daqueles que dependam economicamente do contratante, de um provedor, em sua ausência', afirma Beatham.
A tendência de colocar a proteção da vida acima dos bens veio para ficar. Em todo o ano passado, de acordo com levantamento da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a arrecadação com seguros de pessoas cresceu 6,16%, praticamente o triplo do crescimento de 2,28% registrado do ramo de automóveis.
Nos dois primeiros meses de 2019, enquanto os seguros de veículos registram queda de 2,39%, as coberturas voltadas para pessoas, que incluem prestamistas e coberturas por acidentes, subiram 12,85%. Sozinha, a modalidade Vida cresceu 14,8%. 'A preocupação do brasileiro com a proteção aumentou. Mas não é só isso. O seguro de automóveis caiu porque a frota de veículo não está crescendo mais do mesmo ritmo de antigamente. Muita gente tem optado por usar aplicativos (de mobilidade urbana)', destaca o professor da Escola Nacional de Seguros José Varanda.
Na Mapfre, as vendas de seguro auto cresceram 3,6%. 'Não significa maior consumo, e sim reposição de inflação', observa o diretor territorial em Minas Gerais Antônio Edmir Ribeiro.

  Fonte: Sindicato das Empresas de Seguros e Resseguros – SINDSEG-SP.
  Autor: Jornal O Tempo